terça-feira, 27 de agosto de 2013

…Let your inspiration be your guide… Get in the pathwalk and slide through…

Pois é, mais uma vindima está à porta e esta ressaca ao cheiro das fermentações já me tira o sono. Será que o facto de estar neste momento de visita à inspiradora cidade de Barcelona, e a caminho da minha próxima vindima em França, me tenha despontado esta medíocre veia “da escrita”.  Este ano parece que, de uma forma geral, o velho mundo vai ter uma vindima com produções muito baixas e com ligeiros atrasos na maturação. As tardias chuvas de granizo que atormentaram a maioria das regiões de França, provocaram alguns estragos que em certos casos, chega a uma perca de 50% da produção.Será que contraditoriamente, é este o ano, que os produtores irão ver o seu esforço anual compensado? Na minha opinião, este ano vai ser um interessantíssimo desafio para todos os enólogos e de onde poderão surgir vinhos seriamente deliciosos. Cheers    


Na foto temos uma geradora de vapor, uma verdadeira peça de museu, plantada algures em terras ocidentais Africanas, por onde tive oportunidade de passar nestes últimos meses.   

domingo, 5 de maio de 2013

...Every stage comes to an end... And suddenly, another just started...

E como sabe bem? Percebermos que mais uma etapa das nossas vidas terminou e que a próxima está já ali ao virar da esquina. Perceber que três meses se transformam mentalmente em um, pois estamos tão embebidos no que fazemos. Perceber que nos auto definimos ao longo do tempo, filtrando toda a aprendizagem,  no que queremos fazer e não iremos fazer futuramente... É verdade, esta última vindima fez-me perceber o estilo de vinhos que futuramente quero produzir, perceber quais os que realmente me transmitem energia durante a sua prova e que no final me dão imenso prazer no seu beber. Tive oportunidade de conhecer imensas adegas, fazer imensas provas e perceber que a África do Sul tem vinhos de excelente qualidade. Principalmente nas zonas menos conhecidas e turísticas, como por exemplo, Swartzland e Tulbagh onde as adegas se destacam de maneira distinta devido à diversidade de terroir. Aconselho, sem dúvida, a todos os amantes do vinho uma visita a Western Cape e às suas adegas... Cheers

Na foto temos um dos projectos do Craig Hawkins "The underwater wine", onde podemos ver três barricas submersas dentro de um patamar, já com vinho da última vindima. Ali vão estagiar até à próxima vindima sendo o vinho será engarrafado logo após este estágio.  

domingo, 24 de março de 2013

Vintage is a countdown... So pump, plunge and press the most out of it...


A vindima contínua a decorrer a todo o gás, não há um único tanque vazio na adega e durante o último mês a dedicação tem sido palavra-chave para que o resultado de um ano de trabalho na vinha tenha continuidade na adega. Inicialmente esta adega foi desenhada para processar cerca de 280 toneladas, este ano pela primeira vez nos 10 anos de história da Sanronsberg, atingimos as 400 toneladas na semana passada. Tem sido um desafio interessante e de igual forma frustrante sendo que a maioria das parcelas esta no seu ponto ideal de colheita, logo somos obrigados a prensar um pouco mais cedo dando assim lugar ao próximo suco. Durante a próxima semana vamos terminar a vindima com a nossa última parcela de Mourvedre e ai sim vamos ter oportunidade para respirar e trabalhar as fermentações num espaço temporal mais alargado. Este ano a Sanronsberg acolheu duas das etapas da maior corrida de BTT do mundo, uma prova de resistência incrível onde só há lugar para os verdadeiros duros. Dois dias magníficos que deram uma golfada de agitação brutal ao vale, onde por norma, a música predominante provem do vento sobre a vegetação... Cheers    

Na foto, entre outros, temos o meu companheiro de vindima Rorie Meiring arremessando uma mãozada de magia e cor para o mundo, em um dos countdown no Holi One Festival em Cape Town...

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

…The magical rainbow… Every morning to sweep you of your feet…


Pois é, a vindima está a rolar full on e tudo indica que será curta e muito intensa. O nosso Sauvignon Blanc já fermenta e tem-nos deliciado com diferentes aromas dependendo dos blocos onde as uvas provêm. O Viognier está em fase de clarificação e representa a maior variedade produzida entre os brancos. Hoje começamos a receber o restante Chardonnay, que na minha opinião, vai ser ser um vinho extraordinário pois as uvas apresentavam uma maturação fenólica e sanidade excelente.  No entretanto, também estamos a receber uva tinta o que obriga a que a adega esteja a laborar quase 24h sobre 24h. Hoje foi dia para o primeiro bloco de Siraz, não muito maduro e cheio de frescura o que poderá representar um óptimo componente de delicatessen e finess para alguns blends desta vindima. Nos tintos as mesas de escolha trabalham a todo o vapor e com muito rigor, para que só os bagos campeões cheguem ao destino. Resultado, as horas passam e as paletes na câmara de refrigeração não tendem a diminuir com a mesma rapidez. Mas, sem dúvida, é este tipo de exigência e afinco que faz com que esta adega e seus vinhos estejam a no top ten da África do Sul... Cheers

Na foto temos o “Arco-íris mágico” que todos os dias surge na adega pelas 7h30 e nos dá aquela energia extra para começar o dia cheio de boa onda e tarimba no corpo ainda moído.

sábado, 26 de janeiro de 2013

…Rising it by mucle power... Welcome to Mãe África…


Mãe África, um país fascinante de quão vulgar essência que impressiona a cada minuto vivido. A vindima apenas começou, esta semana recebemos Chardonnay para base de espumante, uva de excelente qualidade, com um aroma fantástico a maçãs verdes e uma frescura impressionante. Ao mesmo tempo, estamos a fazer os blends dos vinhos de 2012 e a coloca-los de novo em barrica. Assim temos tido a oportunidade de provar o que foi feito anteriormente, e posso dizer que são realmente boas pomadas...  É incrível como nos habituamos a ter recursos mecânicos para diversos trabalhos em adega e nos esquecemos que antigamente a realidade era representada pelos músculos do corpo humano e a união fazia levantar montanhas. Pois é, aqui eu e Matias Kusulas, grande amigo e enólogo Chileno que conheci na Nova Zelândia, fazemos uma equipa de luxo e temos superado o desafio. Agora mesmo fiz uma pausa na escrita, foi me pedido para ir levar um casal e o seu filho à  vila, pois o pequeno estava doente. Na vinda, apanhamos mais casais de trabalhadores da quinta e as suas compras semanais. Sem dúvida, até agora Mãe África tem sido uma experiência rejuvenescedora...

Na foto temos uma das garrafas que abrimos no primeiro dia de vindima, celebrando  o inicio da décima vindima na história da Saronsberg.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

...Like a kid in a toy store... Welcome to America...


Uma das coisas que mais me impressionou na Califórnia, especialmente em Napa Valley, e  descrevendo-a de uma forma sucinta diria que “A Califórnia é a  Disneyland das adegas”.  As adegas são autênticos museus que contam a sua história, acolhem os turistas e vendem os seus vinhos como de ouro se tratasse. Tem que se lhes tirar o chapéu, pois desta forma grande parte da sua produção é vendia directamente ao preço de consumidor final. Sem dúvida, onde tive oportunidade de ver das adegas mais incríveis e extravagantes. Tive a oportunidade de trabalhar em uma excelente adega de seu nome Twomey Cellar, sendo esta parte integrante da família da Silver Oak Cellars. Ou seja, a Silver Oak foi a adega mãe e onde só dão lugar à produção de Cabernet Sauvignon de Napa e Alexander Valley. A adega Twomey surge quando a família decide fazer um vinho da casta Merlot e explorar outras castas. Actualmente é conhecida pelo seu Pinot Noir e Sauvignon Blanc de excelência. Ali, produzem-se cerca de 400 toneladas, sendo que todos os vinhos após a fermentação alcoólica são colocados em barrica. Curiosamente, o enólogo Ben Cane responsável pela Twomey é Australiano e foi um excelente mentor durante esta vindima. A Califórnia, especialmente Napa e Sonoma Valley, é conhecida pelo seu famoso Cabernet Sauvignon. Mas na minha opinião, o vinhos que mais surpreenderam de uma forma geral, foram os Sauvignon Blanc e Pinot Noir ali produzidos.  
    
Na foto temos um momento de rotulagem das 21 garrafas que fiz, com as sobras do mosto de diversos blocos de Sauvignon Blanc. No rótulo a minha paixão Americana, uma furgoneta motor V6 de 1972 que aluguei por $40/mês para me puder deslocar na região.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

...Cider...Enjoying...Prunning... What else?

De volta à Austrália após uma intensa vindima na Nova Zelândia, trazia em mente conseguir o meu visto para os Estados Unidos. Pois a próxima vindima já estava planeada, desta vez na Califórnia. É verdade, foi bastante nostálgico puder rever amigos, provar os vinhos feitos no ano anterior e sem dúvida voltar a Barossa Valley “the magic wine land”. De visita à Quinta de um amigo e enólogo Tom Shobbrook, ele estava a descarregar maçãs de origem biológica para fazer Cidra. Perfeito, já tinha planos para os próximos dias. Foi uma experiência maravilhosa, sempre acompanhada de boa comida, bom vinho e de velhos amigos. O Inverno tinha chegado a Barossa Valley e era tempo de fazer as podas, tive a oportunidade de ir podar para o Kim Kalleske e trabalhar em vinhas com uma média de idade de 50 anos. Resumindo, durante dois meses e meio , tive oportunidade de desfrutar Barossa de uma forma bem diferente à do ano anterior. 
Na foto temos Marie Dutheil, grande amiga e enóloga proveniente de França que neste momento vive em Margaret River, Austrália. Estávamos em pleno processo de "trituração" da maçã, como se pode ver um trabalho árduo...